Numa altura em que é notícia o encerramento da urgência de vários serviços de obstetrícia pelo país, Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos Médicos, defendeu, em entrevista ao programa “Informação Privilegiada”, no Now, a necessidade de uma reforma do SNS que, atualmente, enfrenta vários problemas.
Os problemas do SNS, explicou o bastonário, passam, por exemplo, pela remuneração insuficiente ou valorização dos médicos, levando a uma incapacidade para atrair profissionais de saúde para o SNS que enfrenta “falta de recursos humanos” em especial nestes serviços mais críticos, como o da obstetrícia e da ginecologia.
Questionado sobre quantos obstetras tem o maior hospital do país, o Hospital de Santa Maria, Carlos Cortes disse esperar “não estar errado”, mas avançou que tanto quanto a Ordem dos Médicos sabe serão “seis ou sete obstetras no máximo”, já que em 2023 “praticamente metade do serviço abandonou o Hospital de Santa Maria por variadíssimos motivos mas, fundamentalmente, por falta de condições para poder tratar os seus utentes”.
A informação é, no entanto, desmentida pelo próprio hospital, que esclareceu ao Polígrafo que “conta com 26 especialistas e 17 internos, o que perfaz um total (entre especialistas e internos) de 43 médicos” da especialidade de Obstetrícia/Ginecologia.
Contactado pelo Polígrafo, Carlos Cortes explicou que os “seis ou sete obstetras no máximo” que referiu são profissionais do Hospital de Santa Maria “que podem fazer urgência neste momento“. O bastonário acrescentou ainda que foi “confirmar novamente” e atualmente até já são apenas cinco no serviço de obstetrícia e 11 no serviço de ginecologia.
Contactado novamente pelo Polígrafo, o Hospital de Santa Maria reafirmou “os dados enviados”, acrescentando que todos os seus profissionais podem fazer serviço de urgência e que “hoje mesmo” foi assinado “contrato com mais dois especialistas, o que perfaz um total de 28 especialistas e 17 internos”, informou o hospital.
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Avaliação do Polígrafo: