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Basílio Horta recusou cumprimentar Ricardo Baptista Leite na tomada de posse da Câmara de Sintra?

Política
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Está a circular nas redes sociais um vídeo que mostra, alegadamente, o presidente da Câmara Municipal de Sintra Basílio Horta, a negar cumprimentar o novo vereador pela coligação “Curar Sintra”, Ricardo Baptista Leite, durante a cerimónia de tomada de posse da autarquia. Vários leitores questionaram se situação relatada é verdadeira.

“Sintra merece mais. O presidente eleito Basílio Horta recusou-se a cumprimentar o candidato do segundo partido mais votado. As pessoas de Sintra só perdem com estas birras pessoais. Da minha parte, continuarei a defender Sintra e não nos deixaremos intimidar com faltas de educação”, lê-se na descrição de um curto vídeo partilhado pelo próprio protagonista, Ricardo Baptista Leite, na sua página de Twitter.

[twitter url=”https://twitter.com/RBaptistaLeite/status/1450445372879474688″/]

De facto, nas imagens divulgadas é visível a aproximação do novo vereador da Câmara Municipal de Sintra Ricardo Baptista Leite, naquilo que parece ser um gesto de cumprimento, ao presidente da autarquia reeleito Basílio Horta que retribui com um acenar de cabeça repetido várias vezes.

Contactado pelo Polígrafo, Ricardo Baptista Leite confirma que a situação descrita no vídeo ocorreu, no dia 18 de outubro, durante a cerimónia de tomada de posse da Câmara Municipal de Sintra, depois de sair do palco e cumprimentar várias figuras presentes no evento.

“Quando chego ao presidente Basílio Horta, estendo a mão, tal como se vê no vídeo, e desejo-lhe felicidades pelo mandato e ele retribui com um abanar de cabeça, a dizer que não, não me aperta a mão e não me cumprimenta“, descreve o novo deputado do executivo camarário de Sintra eleito pela coligação “Curar Sintra” (PSD/CDS-PP/Aliança/MPT/PDR/PPM/RIR).

Baptista Leite acrescenta: “Eu e restantes colegas [da oposição] não acreditamos que numa democracia madura, como é a nossa, seja aceitável este tipo de atitude. Faço votos para que o presidente da Câmara eleito, agora empossado, compreenda que o facto de ter perdido a maioria absoluta significa que a população quer uma governação plural no concelho e isso implica ter que conviver e ouvir a oposição. Não deixaremos de exercer estas funções, independentemente das atitudes que o presidente tem ou venha a ter no futuro.”

“Eu e restantes colegas [da oposição] não acreditamos que numa democracia madura, como é a nossa, seja aceitável este tipo de atitude”.

Ao Polígrafo, Basílio Horta reagiu à polémica levantada em redor do vídeo: “Nunca na minha vida política deixei de apertar a mão a um adversário, é a primeira vez que o faço. O vereador passou a campanha a chamar-me cobarde ou a referir que sou politicamente cobarde. Não contente com isso, colocou vários cartazes espalhados pelo concelho de mim, de costas a fugir. Foi um gesto que me ofendeu particularmente. Seria, portanto, hipócrita da minha parte apertar-lhe a mão.”

“O vereador passou a campanha a chamar-me cobarde ou a referir que sou politicamente cobarde. Não contente com isso, colocou vários cartazes espalhados pelo concelho de mim, de costas a fugir. Foi um gesto que me ofendeu particularmente. Seria, portanto, hipócrita da minha parte apertar-lhe a mão”.

“O senhor [Ricardo Batista Leite] terá todos os direitos inerentes a um vereador, as relações institucionais não serão tocadas, não queremos colocar os nossos estados de alma em cima da mesa, uma vez que na mesa estão os interesse dos munícipes. Fora da parte institucional, as relações com esse senhor não existem, portanto, espero que ele não me volte a cumprimentar”, termina o presidente da Câmara Municipal de Sintra.

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Avaliação do Polígrafo:

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