Até dia 11 de agosto, Paris acolhe os Jogos Olímpicos de 2024, onde competem atletas de 329 países. Aquando da participação brasileira, nas redes sociais surgiram várias publicações, onde, aparentemente, a bandeira do país é exibida adulterada.
Na rede social X, surge um vídeo, com mais de 125 mil visualizações, onde a bandeira brasileira surge hasteada num estádio, juntamente com bandeiras de outros países. O mesmo vídeo é compartilhado no Threads com a seguinte descrição: “Nossos símbolos estão sendo taxados nesse olimpíada!?”
É possível encontrar o momento noutras redes sociais, como o Facebook ou o Instagram. Todos os posts seguem a tese de que a bandeira não corresponde à original e terá sido mudada.
Mas a bandeira hasteada no estádio não é a bandeira brasileira ou terá sido manipulada?
Através de uma busca pelas imagens, verifica-se que a gravação do referido vídeo foi feita durante o jogo de futebol entre a Espanha e o Uzbequistão. O equipamento das seleções, em vermelho e branco, respetivamente, permite identificá-las no vídeo partilhado. Os dois países competiram a 24 de julho no estádio Parc des Princes, primeiro dia dos Jogos Olímpicos.
Numa fotografia com a mesma sequência de bandeiras, difundida no X, pela conta de desporto mexicana TNT Sports México, a bandeira brasileira não apresenta qualquer alteração em relação à original.
A diferença de tonalidade entre as fotografias poderá ser explicada pela posição em que estas foram capturadas. Na publicação que sugere a diferença, a bandeira da Austrália surge posicionada do lado direito da do Brasil, já na fotografia da página mexicana aparece do lado esquerdo da bandeira brasileira, tal como constatou o site “AFP Checamos“
Tal significará que a gravação, onde são visíveis as supostas alterações, mostra o lado contrário da bandeira e não a frente.
A conta oficial dos Jogos Olímpicos no Instagram partilhou a fotografia das bandeiras, no dia do jogo, sem nenhuma mudança de cor. Também a seleção espanhola difundiu uma fotografia onde atrás dos futebolistas aparecem as bandeiras, também sem qualquer alteração.
Assim, a tese de que a bandeira do Brasil foi adulterada não corresponde à realidade. A publicação é enganadora.
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Este artigo foi desenvolvido pelo Polígrafo no âmbito do projeto “Geração V – em nome da Verdade”, uma rede nacional de jovens fact-checkers. O projeto foi concretizado em parceria com a Fundação Porticus, que o financia. Os dados, informações ou pontos de vista expressos neste âmbito, são da responsabilidade dos autores, pessoas entrevistadas, editores e do próprio Polígrafo enquanto coordenador do projeto.
*Texto editado por Marta Ferreira.
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Avaliação do Polígrafo: