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Atleta paraolímpico português mais medalhado de sempre disse que “não tem dinheiro para pagar a renda”?

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Na mesma semana em que Lenine Cunha ganhou mais duas medalhas de ouro, para juntar ao seu vasto palmarés com mais de 200 troféus, espalhou-se pelas redes sociais uma publicação na qual se destaca que "atleta paraolímpico mais medalhado é português, mas não tem dinheiro para pagar a renda". Verdade ou falsidade?

Lenine Cunha, o atleta paraolímpico mais medalhado de sempre, conquistou esta terça-feira, dia 25 de fevereiro, os títulos de campeão do mundo de triplo salto e pentatlo, nos Campeonatos do Mundo de atletismo adaptado, em pista coberta, que se realizaram na cidade polaca de Torun.

O atleta português, de 37 anos de idade, saltou 12,62 metros no triplo salto e fez 2604 pontos no pentatlo, resultados que lhe permitiram juntar mais duas medalhas de ouro ao seu vasto palmarés com mais de 200 troféus.

Na sequência desta notícia voltou a propagar-se nas redes sociais uma publicação do ano passado, na qual se destaca que “atleta paraolímpico mais medalhado é português, mas não tem dinheiro para pagar a renda“.

Este conteúdo foi sinalizado como fake news por vários utilizadores do Facebook. Confirma-se?

A publicação baseia-se num artigo do jornal “Diário de Notícias”, edição de 8 de junho de 2017, divulgado pelo próprio Lenine Cunha na sua página no Facebook. O atleta foi citado nesse artigo, salientando as dificuldades financeiras que colocavam mesmo em causa a continuidade da sua atividade desportiva.

“‘Não tenho tido dinheiro sequer para pagar a renda‘. É assim, preto no branco, que Lenine Cunha, eleito este ano melhor atleta do mundo com deficiência intelectual, assume as dificuldades financeiras que atravessa, após ter perdido muitos dos apoios que tinha”, lê-se no texto.

De acordo com a notícia, Lenine Cunha perdeu dois patrocinadores nesse ano, ficando com apenas três e uma bolsa mensal do Comité Olímpico de Portugal. O valor dessa bolsa, segundo o “Diário de Notícias”, tinha um valor de 386 euros.

“E se os ‘dois meses de renda em atraso‘, bem como as contas que não tem conseguido pagar, são o lado mais gritante do problema, há outras consequências. ‘Já nem tenho conseguido fazer estágios de preparação. Não tenho condições para isso'”, acrescenta-se no texto.

“‘Tento continuar e não pensar no pior, mas é desgastante. Vou para o treino e só penso como vou pagar a renda e como vou ter dinheiro para comer. Eu amo representar o meu país, mas às vezes sinto que dou tanto a Portugal e que Portugal não me dá nada‘”, conclui-se.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:

Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

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