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“Assistência Inteligente de Velocidade” será obrigatória em automóveis fabricados a partir de 2022?

União Europeia
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Em publicação disseminada nas redes sociais informa-se que automóveis fabricados a partir de 2022 serão obrigados a incluir dois novos sistemas de segurança: a "Assistência Inteligente de Velocidade" (ISA) e câmara traseira. "Esses sistemas poderão prevenir até 25.000 mortes e mais de 140.000 feridos graves na Europa nos próximos 18 anos", indica-se no post. Será?

“Dois sistemas novos que os carros vão ser obrigados a trazer já em 2022. Como o próprio órgão de trânsito explicou em relatório, esses sistemas poderão ‘prevenir até 25.000 mortes e mais de 140.000 feridos graves na Europa nos próximos 18 anos’. E é que se trata de dois componentes: o ISA e a câmera traseira do carro. O Intelligent Speed ​​Assistant é um sistema que conecta o Adaptive Cruise Control ao sistema de Reconhecimento de Sinais por meio de software, controlando sua posição na via em relação ao limite de velocidade que rege cada estrada”, descreve-se na publicação em causa, datada de 29 de agosto.

Será verdade?

Sim. De acordo com uma notícia publicada na página da Comissão Europeia, a Assistência Inteligente de Velocidade (Intelligent Speed Assistent em inglês ou ISA) será obrigatória na Europa para novos veículos fabricados a partir de 2022.

A diretiva 2144 de 2019 do Parlamento e do Conselho Europeu prevê, entre outras medidas, a inclusão deste sistema de velocidade inteligente, que recorre a câmaras para ler sinais de trânsito e detetar excessos de velocidade, cruzando informações de GPS com os dados locais da via em que o condutor circula. Se exceder o limite, o ISA utiliza sinais luminosos e sonoros para chamar a atenção do condutor.

No Facebook, foi partilhado um mapa no qual se indica os locais onde serão instalados os novos radares de controlo de velocidade média. Lisboa e Setúbal são os distritos mais representados na imagem e também se explica o funcionamento dos novos radares. Mas será que o mapa está correto?

O diploma prevê que o sistema possa ser desligado se o condutor receber “avisos falsos ou indicações inadequadas devido a condições meteorológicas adversas, a marcações rodoviárias contraditórias temporárias em zonas de obras e a sinais de trânsito enganadores, defeituosos ou à falta de sinalização rodoviária”.

Entre os sistemas que vão passar a ser obrigatórios a partir de 2022 constam os sistemas avançados de travagem autónoma de emergência, aviso de transposição involuntária de faixa de rodagem, bloqueio do carro no caso de o condutor se apresentar embriagado, sensores de monitorização de cansaço ou défice de atenção do condutor, sinal de paragem de emergência, câmaras traseiras ou detetores de movimento, sistema avançado de alerta para condutor distraído e “caixas negras” que gravam todos os dados em caso de acidente.

Segundo uma infografia do Parlamento Europeu, estas tecnologias de segurança “podem contribuir para salvar mais de 25 mil vidas e evitar pelo menos 140 mil feridos graves até 2038, tendo em conta que cerca de 95% dos acidentes rodoviários envolvem erros humanos”.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:

Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é

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