"Aqui está um dos muitos exemplos do verdadeiro discurso de ódio. Não, meus amigos, não vem da direita, mas sim de Ascenso Simões, deputado do Partido Socialista", salienta-se no texto da publicação, datada de 22 de fevereiro, concluindo depois com duas perguntas: "Será que vão propor alguma ilegalização depois disto? Será que vão pedir responsabilidades ao PS por isto?"

No que respeita estritamente à citação, não corresponde a algo que Ascenso Simões tenha dito, mas escreveu, de facto, em artigo de opinião no jornal "Público", edição de 19 de fevereiro de 2021, com o seguinte título: "O salazarismo não morreu".

"O 25 de abril de 1974 não foi uma revolução, foi uma festa. Devia ter havido sangue, devia ter havido mortos, devíamos ter determinado bem as fronteiras para se fazer um novo país. Construímos abril com a bonomia que nos produz há séculos, um ser e não ser que sempre concebeu o nosso profundo atraso, uma marca histórica que não nos abriu ao risco e ao radicalismo que provoca o progresso", lê-se no primeiro parágrafo do artigo.

A citação é verdadeira (embora, assim deslocada, careça de contexto), mas no mesmo dia da publicação do artigo, questionado pelo jornal "Observador", o próprio Ascenso Simões explicou que "não foi literal" quando escreveu que "devia ter havido mortos" no 25 de abril, mas sim "simbólico".

"Não se trata de mortos físicos nem de sangue derramado nas ruas, mas de cortes epistemológicos. Cortes verdadeiros do ponto de vista da política, da transformação da sociedade", afirmou o deputado socialista.

"Quanto ao Padrão dos Descobrimentos, mantém o que disse: da mesma forma que estátuas foram derrubadas e que a ponte Salazar mudou de nome para ponte 25 de abril, também o Padrão dos Descobrimentos devia ser destruído enquanto "monumento do regime ditatorial" que é, segundo informou o "Observador".

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