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As identidades transgénero são classificadas como perturbações mentais?

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Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Publicação viral nas redes sociais indica que todas as identidades de género além de masculino e feminino são perturbações mentais. Confirma-se? Verificação de factos.

É uma imagem rudimentar, uma captura de ecrã de telemóvel, mas está a propagar-se velozmente nas redes sociais. A mensagem é simples: todas as identidades de género além de masculino e feminino são perturbações mentais.

Confirma-se? Verificação de factos.

No dia 18 de junho de 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que as identidades transgénero já não são consideradas como perturbações mentais, no âmbito da lista de “Transtornos Mentais e Comportamentais” da Classificação Internacional de Doenças (CID).

Essa decisão foi assinalada pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) como geradora de “efeitos positivos no sentido de reduzir o estigma e o preconceito contra as pessoas trans“.

 

 

 

A OMS tinha aprovado, a 25 de maio, uma resolução para remover o “transtorno de identidade de género” da CID. Por outro lado, criou um novo capítulo no documento em causa, dedicado à saúde sexual. A transexualidade foi incluída nessa nova secção da publicação. A decisão foi enaltecida por especialistas das áreas de saúde pública e direitos humanos.

“Esperamos que esta reclassificação impacte positivamente a percepção errada de que algumas formas de diversidade de género são patologias ou doenças e que isto facilite o acesso a uma melhor assistência de saúde“, afirmaram então Victor Madrigal-Borloz, especialista independente da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre proteção contra a violência e discriminação com base em orientação sexual e identidade de género, e Dainius Pῡras, relator especial da ONU sobre o direito à saúde.

Em suma, a publicação em análise difunde uma falsidade e reproduz desinformação.

 

***

Nota editorial: este conteúdo  foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam naquela rede social.

Na escala de avaliação do Facebook este conteúdo é:

Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafo este conteúdo é:

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