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Apagão. “Portugal importa 30% da eletricidade de que necessita”, critica-se nas redes sociais. É verdade?

Sociedade
O que está em causa?
Esta crítica às opções políticas em Portugal - nomeadamente ao encerramento das duas centrais termoelétricas portuguesas - envolve também dados que não estão totalmente corretos. Tal como o Polígrafo já tinha verificado, é falso que as importações representem 30% da energia consumida no país.
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Numa publicação feita no Facebook esta tarde alega-se que “Portugal acabou com duas centrais de produção de energia a carvão para importar energia de Espanha… que possui centrais a carvão”. Segundo este “post”, “Portugal importa 30% da eletricidade de que necessita”. Será assim?

De facto, Portugal deixou de produzir eletricidade a partir da queima de carvão em 2021, ao encerrar as centrais termoelétricas de Sines (da EDP) e do Pego (da Tejo Energia). No entanto, e de acordo com o mais recente boletim Fatura Energética Portuguesa da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), em 2023 Portugal importou 13.545 gigawatts hora (GWh), o que representou um custo de 1.198 milhões de euros. Por outro lado, exportou 3.331 GWh (289 milhões de euros).

Subtraindo o valor obtido com exportações ao despendido nas importações, obtém-se um saldo importador de 10.214 GWh, o que corresponde a 909 milhões de euros. Os dados do boletim de consumo de energia elétrica do Observatório da Energia indicam que Portugal consumiu em 2023 50.736 GWh de energia elétrica. Destes, detalha o boletim, 19,9% correspondem ao saldo importador (diferença entre as importações e as exportações).

Os dados do data hub da REN também vão neste sentido, ainda que com valores ligeiramente diferentes. Dos 50.703 GWh de abastecimento de consumo anual, 19,9% correspondem ao saldo importador.

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Avaliação do Polígrafo:

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