Nos últimos dias tornou-se viral uma publicação na rede social Twitter que alegadamente ilustra uma relação problemática de António Costa com o acordo ortográfico. Numa montagem composta por vários tweets supostamente da autoria do Primeiro-Ministro (PM), são identificadas várias incoerências de Costa na aplicação das regras do polémico documento. O Polígrafo SIC verificou a autenticidade dos tweets e concluiu que são reais.

Da análise ao perfil do PM conclui-se que a maioria dos textos publicados respeitam o acordo. Mas depois há outros em que Costa ou pura e simplesmente o ignora ou o aplica apenas parcialmente. Vejamos este exemplo, datado de 26 de março deste ano:  “Os 6 Pactos Sectoriais [grafia antiga] que assinamos hoje e amanhã são uma forma de dar consistência em medidas e financiamento às estratégias de competitividade de cada setor [nova grafia]. Hoje assinámos com os clusters agro-alimentar [grafia antiga], da saúde e o cluster da arquitetura [nova grafia], engenharia e construção.”

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Uma das publicações que chamaram a atenção dos leitores

Outros exemplos das oscilações de Costa: “Egipto” em vez de “Egito” ou “factor” em vez de “fator”. Também há casos em que a mesma expressão é grafada das duas formas: em 21 de fevereiro de 2018, Costa escreveu que “o nosso objetivo vai além desta legislatura”. Uns meses antes, em abril, escrevera que “o nosso principal objectivo é ter...”

Contactada pelo Polígrafo, fonte oficial de São Bento afirma que a conta de Twitter de António Costa é gerida pelo seu gabinete. Não é necessariamente o PM o autor dos textos – Costa define os temas a abordar e a sua equipa transforma-os em tweets.
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A imagem com a "compilação" das "confusões" na página de Costa a propósito da aplicação do acordo ortográfico

Contactada pelo Polígrafo, fonte oficial de São Bento afirma que a conta de Twitter de António Costa é gerida pelo seu gabinete. Não é necessariamente o PM o autor dos textos – Costa define os temas a abordar e a sua equipa transforma-os em tweets.

A mesma fonte confirma que a regra existente passa por fazer cumprir a legislação em vigor, que obriga os organismos da administração pública a aplicar o acordo ortográfico. E reconhece que nem tudo tem corrido bem nesse particular: “Houve algumas desatenções em alguns momentos.” Mas, sublinha, os erros são “excepções à regra.”

Avaliação do Polígrafo: 

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