Questionado sobre se as contestações dos últimos tempos podem ser uma ameaça à estabilidade do Governo (mesmo que de maioria absoluta), o primeiro-ministro António Costa lembrou que não é o seu Executivo que está em causa: "Em primeiro lugar temos que compreender bem as dificuldades que as famílias estão a enfrentar. Uma inflação de quase 8%, como a que tivemos o ano passado, é uma coisa que perturba a vida de qualquer família e sobretudo aquelas que são mais frágeis do ponto de vista dos rendimentos."

Por esse motivo, continuou o primeiro-ministro na noite desta quinta-feira, em entrevista à TVI, "não é possível imaginar que a sociedade fique indiferente. Subimos de uma média de inflação nos últimos 10 anos de cerca de 2% para os 8%".

Ainda que correto quanto à inflação registada em 2022 (7,8%), Costa foi pouco preciso quanto à média da inflação nos últimos 10 anos, ou seja, entre 2013 e 2022. Se pretendia excluir 2022, o primeiro-ministro atirou ainda mais ao lado. Vamos aos cálculos:

Entre 2013 e 2022, a taxa de inflação variou entre um mínimo de -0,3% em 2014 e um máximo de 7,8% em 2022. A média foi de 1,29%.

É ainda possível que Costa estivesse a referir-se aos 10 anos anteriores a 2022 (ano em que a inflação bateu valores recorde). Nesse caso, a média seria de apenas 0,89%: o intervalo a ter em conta seria entre 2012 e 2021, sendo que nesse período a inflação variou entre um mínimo de -0,3% em 2014 e um máximo de 2,8% em 2012.

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