Em entrevista à RTP, na noite de ontem, quando questionado sobre uma eventual dificuldade na manutenção do combate às alterações climáticas como prioridade global após a saída dos EUA do Acordo de Paris, o presidente do Conselho Europeu e ex-Primeiro-Ministro, António Costa, começou por afirmar que “não é a primeira vez” que isso acontece, desvalorizando a decisão de Donald Trump. Tem razão?
Basta recuarmos a 2020 para confirmar a veracidade da afirmação de António Costa. De facto, a 4 de novembro desse ano, os EUA saíram oficialmente do Acordo de Paris devido ao “fardo económico injusto imposto aos trabalhadores, empresas e contribuintes americanos pelas promessas dos EUA feitas sob o Acordo”. Esta decisão já tinha sido anunciada num discurso de Trump, a 1 de junho de 2017.
A decisão de Trump foi revertida logo após a chegada de Joe Biden à Casa Branca. No primeiro dia de seu mandato, a 20 de janeiro de 2021, Biden assinou uma ordem executiva para iniciar o processo de reentrada no Acordo, que acabou por ser formalizada a 19 de fevereiro de 2021, conforme noticiado pela BBC, após o período de 30 dias exigido pelo processo de saída da administração anterior.
Com esta segunda saída, anunciada pela Casa Branca a 20 de janeiro, os EUA juntam-se ao Irão, Líbia e Iémen como os únicos países que ficam de fora deste acordo diplomático, que tem como finalidade atenuar os efeitos das alterações climáticas.
______________________________
Avaliação do Polígrafo: