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António Costa: “Desde 2022 houve [no conjunto] um aumento de 30% no investimento em Defesa”

Internacional
O que está em causa?
O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse em entrevista exclusiva à RTP que se registou um aumento no conjunto de 30% do investimento da defesa em 2022. É verdade?

Há cerca de dois meses na presidência do Conselho Europeu e com uma reunião entre as instituições europeias dedicada a temas da defesa à porta, António Costa revela-se confiante de que há consenso entre os Estados-Membros da União Europeia em seguir a trajetória para um maior investimento militar.

“Em média do conjunto da despesa militar dos 23 Estados da União Europeia – que são também aliados na NATO – já atingiu os dois por cento. E sobretudo desde 2022 para cá, tivemos um aumento muito significativo no conjunto: houve um aumento de 30% no investimento em Defesa”, disse o ex-Primeiro-Ministro em entrevista exclusiva à RTP.

Registou-se de facto um aumento de investimento de 30%?

Sim. De acordo com dados disponibilizados pelo Conselho Europeu, o valor das despesas da defesa dos Estados-Membros em defesa cresceu 30% entre 2021 e 2024. No último ano, o valor destinado foi 326 mil milhões de euros.

Questionado sobre a pertinência da proposta de Donald Trump de que os membros gastem 5% do PIB, António Costa lembrou que esse é um processo que a União Europeia tem vindo a fazer desde 2014. O Presidente do Conselho Europeu destacou a relevância que o investimento em Defesa pode ter para o desenvolvimento da base tecnológica e industrial da UE. “ Os investimentos na transição energética, também os investimentos em Defesa devem ser vetores do reforço da competitividade da nossa economia”, disse.

“Todos sabemos que nada existe se não houver primeiro segurança e não estiver assegurada primeiro a Defesa”, vincou.

Desde o início da guerra na Ucrânia, tem-se testemunhado um aumento acentuado da despesa total com a defesa. Segundo a European Defense Agency, o desenvolvimento e a aquisição de novos sistemas de armas foram o principal fator que impulsionou o aumento nos orçamentos de defesa, uma vez que os estados-membros têm envidado esforços para reforçar as capacidades de combate das suas forças armadas resposta à guerra na Ucrânia.

Esta semana, depois de uma reunião de trabalho com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, recordou a promessa de atingir os 2% do PIB (seis mil milhões de euros) em defesa até 2029. Sendo que a atual despesa de Portugal na área da defesa ronda os 4186 milhões de euros, este compromisso significa um esforço acrescido de cerca de 400 milhões de euros por ano.

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