“Foi dito na noite eleitoral (europeias), na RTP, que uma mulher venceu pela primeira vez as eleições. Mas Manuela Ferreira Leite não tinha já vencido eleições?“, questiona um leitor numa mensagem enviada ao Polígrafo.
A afirmação de que a antiga ministra da Saúde foi a primeira mulher a vencer eleições foi difundida na noite eleitoral de domingo após o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ter dado os parabéns às “mulheres portuguesas” pela vitória de Marta Temido nas eleições europeias. “Foi a primeira vez que uma mulher ganhou uma campanha nacional”, indicou o sucessor de António Costa.
E é verdade que Manuela Ferreira Leite já tinha, sim, vencido eleições. Mas são coisas diferentes. No caso de Temido, tal como sublinhou Pedro Nuno Santos, a vitória foi conseguida numa campanha nacional no âmbito das eleições europeias.
Já Manuela Ferreira Leite venceu, em 2008, as eleições diretas para a presidência do PSD tornando-se assim a primeira mulher de sempre a liderar um dos principais partidos da democracia portuguesa. A liderança foi histórica, mas de curta duração.
Depois de ter vencido três homens candidatos à liderança do PSD em 2008, Manuela Ferreira Leite disputou as eleições legislativas de 2009 frente a José Sócrates, PS, Paulo Portas, CDS-PP, Francisco Louçã, BE, e Jerónimo de Sousa, CDU, mas viu-se derrotada, com 29,11% dos votos, pelo PS.
Após o resultado aquém do esperado, Ferreira Leite anunciou que não se recandidatou à presidência do PSD, sendo sucedida por Pedro Passos Coelho em março de 2010.
Depois de Manuela Ferreira Leite como a primeira mulher líder de um partido seguiram-se outros exemplos. Nomeadamente Assunção Cristas, candidata à liderança do CDS-PP em 2016 e vencedora dessas eleições diretas (tendo permanecido no cargo durante menos de quatro anos), Catarina Martins, líder do BE de 2012 (co-líder até 2014) a 2023 e sucedida por outra mulher, Mariana Mortágua, e Inês Sousa Real que é líder do PAN desde 2021.
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Avaliação do Polígrafo:
