“Ainda têm dúvidas?”, questiona “tweet” publicado esta tarde na rede social “X”. Dúvidas sobre as amizades e origens políticas de André Ventura, que surge numa fotografia ao lado de Diogo Pacheco de Amorim, deputado do Chega, e de Viktor Orbán, Primeiro-Ministro da Hungria. Atrás deles, uma suástica nazi.

Esta montagem tem meses: começou por circular numa conta paródia do líder da direita radical portuguesa e acabou por ser recuperada esta tarde, um dia depois do debate que opôs André Ventura a Pedro Nuno Santos, e no qual o secretário-geral socialista acusou o líder do Chega, por exemplo, de ter faltado “à votação do pacote anticorrupção porque preferiu estar num evento da extrema-direita”.
Dois problemas: o evento em que André Ventura marcou presença no dia em que faltou à votação do pacote anticorrupção foi uma reunião de líderes do ID, em Bruxelas, e não a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC Hungria), em Budapeste, onde a fotografia foi tirada. De resto, quando comparados os registos, é facilmente perceptível que a fotografia a que se juntam outras duas pessoas foi adulterada: o fundo, que no registo original mostra precisamente fotografias da Puskás Akadémia, uma academia de futebol húngara, foi modificado para mostrar várias bandeiras com a cruz suástica, um símbolo da Alemanha Nazi de Adolf Hitler.
No mesmo dia da divulgação deste “tweet”, apenas algumas horas antes, André Ventura promovia a sua visita a um dos maiores líderes da extrema-direita europeia, Viktor Orbán, quando divulgou uma fotografia a seu lado: “Estive, a convite do primeiro-ministro húngaro, nas instalações da Puskás Akadémia, uma fantástica academia de futebol em homenagem a um dos grandes futebolistas do século XX. Uma grande manhã na Hungria.”
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