"Um enorme sucesso. Fomos a terceira força política na maioria dos concelhos da Madeira, subimos mais de 55% face às legislativas de 2022 e alcançámos praticamente os mesmos votos do que a soma do Iniciativa Liberal, PCP, Bloco de Esquerda e PAN. Obrigado pela confiança", escreveu André Ventura no X/Twitter, a 26 de setembro, no rescaldo das eleições regionais da Madeira.

O tweet do líder do Chega inclui também a imagem do destaque de uma aparente notícia (datada do mesmo dia), com a seguinte informação: "Chega foi o 3.º partido mais votado em 7 dos 11 concelhos da Madeira. O partido teve ainda um aumento de mais de 55% dos votos face às eleições legislativas de 2022."

De acordo com os resultados oficiais da Eleição da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira (ALRAM), realizada no dia 24 de setembro, a coligação PSD/CDS-PP foi a vencedora ao obter um total de 58.399 votos (43,13%), o que correspondeu à eleição de 23 deputados.

Na segunda posição ficou o PS, com 28.844 votos (21,30%) e 11 deputados. Seguiu-se o Juntos Pelo Povo com 14.933 votos (11,03%) e cinco deputados. Depois surge o Chega, na quarta posição, com 12.028 votos (8,88%) e quatro deputados.

Estes são os resultados gerais, em todo o território da Região Autónoma da Madeira. Nos resultados parciais de cada concelho, porém, confirma-se que o Chega foi o terceiro partido mais votado em sete (Porto Santo, Porto Moniz, São Vicente, Funchal, Câmara de Lobos, Ribeira Brava e Calheta) dos 11 concelhos da Madeira.

Nos restantes quatro concelhos (Santana, Machico, Santa Cruz e Ponta do Sol), o partido liderado por Ventura quedou-se na quarta posição, ultrapassado pelo JPP.

Ou seja, neste ponto, Ventura tem razão. Quanto à alegação de que "subimos mais de 55% face às legislativas de 2022", o facto é que o Chega nesse escrutínio conquistou 7.727 votos (6,08%), insuficiente para eleger deputados em representação da Madeira na Assembleia da República.

Na comparação entre as legislativas de 2022 e as regionais de 2023, o Chega obteve mais 4.301 votos, o que representa um aumento de 55,6%. Pelo que Ventura tem razão, mais uma vez.

O mesmo se aplica à derradeira alegação no tweet: "Alcançámos praticamente os mesmos votos do que a soma do Iniciativa Liberal, PCP, Bloco de Esquerda e PAN."

De facto, a soma dos votos no Iniciativa Liberal (3.555), PCP-PEV (3.677), Bloco de Esquerda (3.036) o PAN (3.046) resulta num total de 13.314 votos nas eleições regionais de 2023. Pouco mais do que o número de votos (12.028) no Chega.

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