“Vocês não vão acreditar: para André Ventura a pedofilia não é relevante!” A acusação foi feita nas redes sociais oficiais do Grupo Parlamentar do PSD a 4 de abril. Os sociais democratas recorreram a um excerto da passagem do líder do Chega pelo programa Crossfire CNN, no qual Ventura diz o seguinte: “Eu não encontro uma pessoa que me disse ‘sabe, eu não vou votar no Chega por causa do Miguel Arruda´”.
Em resposta, Anabela Neves diz: “Mas por causa do Miguel Arruda. No caso de pedofilia, provavelmente vai.” O excerto termina com o líder do Chega a afirmar: “Quer dizer, se a pedofilia fosse realmente relevante…”
Mas será André Ventura considerou mesmo que a pedofilia não era “relevante”?
Vendo (ou ouvindo), na íntegra, o episódio é possível perceber que o excerto publicado pelo Grupo Parlamentar do PSD deixa de fora partes importantes da troca de ideias.
André Ventura: “Eu não encontro uma pessoa que me disse´‘sabe, eu não vou votar no Chega por causa do Miguel Arruda´”
Anabela Neves: “Mas por causa do Miguel Arruda. No caso de pedofilia, provavelmente vai.”
André Ventura: “Oh Anabela, para isso não tinham votado no PS em 50 anos. Quer dizer, se a pedofilia fosse realmente relevante ninguém votava no PS. Eu não quero falar mais agora, senão ainda vou levar mais processos do que estes”.
Assim, percebe-se que Ventura não disse que a pedofilia, em si, não era relevante. Considerou, sim, que escândalos relacionados com pedofilia não têm peso nas intenções de voto dos portugueses, que não é um tema “relevante” do ponto de vista eleitoral. A afirmação do líder do Chega no programa da CNN surge na publicação do Grupo Parlamentar do PSD descontextualizada.
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