“Os jovens vão embora de Portugal porque a carga fiscal é muito alta, dizem eles. Vão para a Alemanha, Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Suíça… onde a carga fiscal é muito superior, digo eu”, alega-se numa publicação no Threads que suscitou dúvidas e pedidos de verificação de factos.
Na perspetiva do autor do texto, estaremos na focar-nos “na variável errada” – isto é, os jovens não emigram para países em que a carga fiscal é mais baixa, mas por outros motivos.
Confirma-se que países como a Alemanha, Dinamarca e Suíça têm carga fiscal “muito superior” à de Portugal?
De acordo com os últimos dados do Eurostat, serviço de estatística da União Europeia, a carga fiscal (constituída pela soma dos impostos e das contribuições sociais líquidas em percentagem do PIB – Produto Interno Bruto) na União Europeia ascendeu a 41,2% em 2022.
Em Portugal, a carga fiscal fixou-se em 38% do PIB, abaixo da média da União Europeia.
No topo da tabela destacam-se países como a França (48%), Bélgica (45,6%), Áustria (43,6%), Grécia (43,1%), Finlândia (43,1%), Itália (42,9%), Dinamarca (42,5%), Suécia (42,4%) ou Alemanha (42,1%).
Em suma, a carga fiscal em Portugal é inferior à registada em países como a Alemanha, Dinamarca, Suécia, Finlândia e Noruega.
O mesmo não se aplica, porém, à carga fiscal da Suíça – outro dos países referidos na publicação (embora não faça parte integrante da União Europeia) e um dos principais destinos de emigração dos portugueses. Daí a classificação de “Impreciso“.
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Avaliação do Polígrafo: