Esta terça-feira, 7 de janeiro, durante o debate parlamentar na Assembleia da República, o deputado do Chega Pedro Pinto, defendeu, durante a sua intervenção, que os problemas de segurança em Portugal não são meras sensações, mas sim algo real.
Recorrendo ao exemplo de Albufeira, afirmou este “era um concelho pacato do nosso Algarve”, mas que, supostamente, agora “tem o maior índice de criminalidade em Portugal”. Será verdade?
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) para 2023 (os mais recentes), Albufeira era nesse ano, de facto, o concelho com maior taxa de criminalidade – número de crimes por cada mil residentes – em Portugal, com uma taxa de 88‰.
As categorias de crime mais comuns no concelho de acordo com o INE são, com margem, crimes contra o património (42,5‰), seguidos pelos crimes contra a integridade física (9,8‰) e a condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 g/l (7,6‰).
Depois de Albufeira, os concelhos com maiores taxas de criminalidade em 2023 eram Mourão (73,4‰), Loulé (68,5‰), Vila do Bispo (66,9‰) e Avis (63,4‰).
Apesar de ter a maior taxa de criminalidade, Albufeira nem é o município de Faro com o maior número absoluto de crimes participados. Enquanto foram participados neste município 4182 crimes em 2023, de acordo com o Relatório Anual de Segurança sobre esse ano, em Loulé o número foi de 5094.
O site “Criminalidade em Portugal em 2023”, que utiliza dados do último Relatório Anual de Segurança Interna (2023) e os números da população aferida nos Censos de 2021, apesar de uma metodologia diferente (exclui, por exemplo, as Regiões Autónomas e municípios com menos de 10 mil habitantes das contas), chegou à mesma conclusão: Albufeira é o concelho com maior taxa de criminalidade: 9,47 crimes por cada 100 habitantes. Neste ranking o restante top 5 é composto por Loulé (7,04%), Porto (6,27%), Lisboa (6,17%) e Sines (5,47%).
Confirma-se, portanto, que o deputado do Chega Pedro Pinto disse a verdade.
________________________________
Avaliação do Polígrafo: