“Em quem votaram os jovens? Em termos absolutos, a AD surge em primeiro. Em termos de percentagem face ao resultado obtido por cada partido, o IL surge em primeiro”, destaca-se num post de 12 de março no Facebook, apresentando uma tabela com dados sobre a votação dos jovens entre 18 e 34 anos de idade nas eleições legislativas de 10 de março de 2024.
De acordo com esses dados, a AD e o Chega terão sido os partidos mais votados na referida faixa etária, com 386.768 e 354.815 votos, respetivamente. Seguidos pelo PS com 176.000 votos, Iniciativa Liberal com 152.911 votos, Bloco de Esquerda com 90.430 votos, Livre com 87.951 votos, PAN com 46.246 votos e CDU com 30.349 votos.
“E quem são os últimos? PS em termos relativos de percentagem de votantes nesse partido (só 10%) e a CDU em termos absolutos de votantes nesse partido”, acrescenta-se na mesma publicação, apontando também para o sentido de voto dos “mais velhos” que supostamente “votaram maioritariamente no PS, CDU e AD”.

Esta tabela tem origem num tweet de Carla Castro, economista e ex-deputada do Iniciativa Liberal, datado de 12 de março. Baseou-se nos dados de uma sondagem ICS/ISCTE/GFK realizada à boca das urnas no dia 10 de março.
A partir das percentagens de votos na faixa etária 18-34 anos em cada partido, a economista calculou uma estimativa dos números absolutos a partir dos resultados oficiais das eleições legislativas (quando ainda não estavam contabilizados os votos dos dois círculos do Estrangeiro).
Ou seja, embora o Iniciativa Liberal tenha registado a maior percentagem de votos nessa faixa etária (49%), isso corresponde a um total de cerca de 152 mil votos, menos de metade dos 386 mil que terão sido obtidos pela AD, ainda que isso corresponda a uma percentagem muito inferior (22%) do total de votos na AD incluindo todas as faixas etárias.
Em termos relativos, de acordo com os dados da sondagem, os eleitores com 18 a 34 anos representaram 49% dos votos no Iniciativa Liberal, 44% dos votos no Livre, 39% dos votos no PAN, 33% dos votos no BE, 32% dos votos no Chega, 22% dos votos na AD, 15% dos votos na CDU e 10% dos votos no PS.
Para concluir, os dados da tabela baseiam-se numa sondagem fidedigna e em cálculos efetuados por Carla Castro que são rigorosos. Mas importa ter em atenção que estamos perante estimativas e não resultados oficiais.
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Avaliação do Polígrafo: