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A investigação da Der Spiegel sobre Ronaldo é pouco fundamentada?

Desporto
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Nas redes sociais, acumulam-se as críticas ao trabalho jornalístico da revista alemã que acusa o jogador português de violação. Mas uma análise da reportagem permite-nos concluir que a mesma é de uma solidez jornalística a toda a prova.

São muitos os que nos últimos dias, desde que foi dado a conhecer o escândalo da alegada violação de Cristiano Ronaldo a Kathryn Mayorga, têm exercido o seu direito à indignação relativamente à revista Der Spiegel, que divulgou a reportagem que expõe o jogador português. Um pouco por todo o mundo, os fãs do capitão da selecção nacional têm colocado e causa o trabalho dos jornalistas alemães que conduziram a investigação do caso, quase sempre sem que tenham lido a reportagem, cuja versão em inglês está disponível aqui.

Em reacção ao hatemail que profusamente recebeu, o editor de desporto da revista decidiu publicar um conjunto de 25 tweets em que explica a forma como conduziram a história e os cuidados que tiveram, com a preocupação de dar a oportunidade ao jogador para se defender sempre no topo das prioridades – um objetivo que não viria a ser concretizado porque Ronaldo não se mostrou disponível.

Kathryn
Ronaldo violação

“Ninguém nos disse que era falso. Teria sido melhor para ele e para os advogados terem respondido. Não fizeram”, escreve Christoph Winterbach, que mais à frente detalha a metodologia utilizada na revista para minimizar a hipótese de erro: “Deixem-me explicar como é que trabalhamos: temos pessoas que verificam todas as palavras em todos os artigos. Não podemos escrever nada sem fundamentação, porque eles retiram isso do artigo se não conseguires prová-lo. Só aprovam o artigo se conseguirem verificar as nossas fontes. Valorizamos os factos.” Enquanto trabalham, os jornalistas são acompanhados em permanência por uma equipa de advogados que garante que, caso resulte da notícia algum processo judicial, a revista tenha francas possibilidades de o vencer  – e para que isso aconteça, a cautela na natureza das informações que se publicam é máxima.

“Sabemos o que estamos a fazer”, sublinha Christoph Winterbach, que revela ainda que a equipa que trabalhou no caso era constituída por 20 jornalistas.

Os 25 tweets que Winterbach publicou na sua página no Twitter são muito claros:

 

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Por tudo isto, dizer ou escrever que a reportagem da Der Spiegel é negligente e pouco rigorosa é…

 

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