Num vídeo que está a circular viralmente no TikTok alega-se que os militares da NATO chegaram à Ucrânia e que "a III Guerra Mundial já começou". A mensagem alusiva a uma III Guerra Mundial é colocada por cima das imagens que mostram uma grande multidão de pessoas junto a uma pista de aterragem.

Há ainda a presença de vários veículos militares, dois helicópteros e uma aeronave de grandes dimensões a aterrar.

Confirma-se o que é dito nas redes sociais?

Através de uma pesquisa por imagens do vídeo encontra-se a origem do mesmo e não, não é na Ucrânia, nem sequer atual. O vídeo foi gravado em agosto de 2021 no aeroporto de Cabul, no Afeganistão, quando os talibãs entraram na capital.

Milhares de pessoas tentaram fugir do país e, em atos de desespero, invadiram pistas de aterragem e tentavam embarcar em voos militares, mesmo que isso colocasse em risco as próprias vidas.

Nas imagens originais partilhadas no YouTube a 18 de agosto de 2021 é possível identificar dois helicópteros AH-64 Apache da Boeing IDS do Exército dos Estados Unidos da América, que serviam para abrir caminho na pista de aterragem invadida por afegãos que procuravam fugir do país. Já a aeronave de grande dimensão é um Boeing C-17 Globemaster III, um transporte militar que serviu para resgatar cidadãos norte-americanos e refugiados afegãos.

A invasão russa à Ucrânia só viria a acontecer a 24 de fevereiro de 2022, pouco mais de meio ano depois deste acontecimento.

No site da NATO, a 4 de abril de 2023, é ainda expresso que a organização condena "fortemente a brutal e não provocada guerra contra a Ucrânia - que é um independente e pacífico país democrático e um parceiro próximo da NATO" e assegura que continuará a fornecer ao país invadido todo o apoio necessário "ajudando a defender seu direito fundamental à autodefesa".

É ainda salientado que as ações da NATO são "defensivas" e não pretendem "provocar conflito mas preveni-lo". A Aliança explica que não envia tropas para a Ucrânia nem impõe uma zona de exclusão aérea porque isso colocaria as forças da organização intergovernamental em conflito direto com a Rússia. "Isso aumentaria significativamente a guerra e levaria a mais sofrimento humano e destruição para todos os países envolvidos", explica-se no site, no ponto 7 das "perguntas frequentes".

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