1. O rumor:
De acordo com vários conteúdos partilhados nas redes sociais, William Barr, procurador-geral dos EUA, denunciou “publicamente que houve fraude eleitoral” e que alguns eleitores “votaram duas vezes”.
A verdade:
As imagens partilhadas referem-se a uma entrevista de Barr à “CNN” a 2 de setembro e o procurador-geral dos EUA nunca referiu que houve quem votasse duas vezes nas eleições deste ano. O que Barr refere é que “a comissão bipartidária presidida por Jimmy Carter e James Baker disse, em 2009, que o voto por correio está repleto de riscos de fraude e coação”. Ou seja, as referências a possíveis fraudes eleitorais não correspondem ao ato eleitoral de 3 de novembro.
Avaliação do Polígrafo:
Falso
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2. O rumor:
“Apanhei-os a todos”. Esta é a frase que se ouve o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer aos jornalistas num vídeo disseminado nas redes sociais. A declaração tem sido partilhada como se fosse atual e tivesse sido retirada de uma reação do político republicado ao resultado das presidenciais.
A verdade:
Na realidade, o que está a ser partilhado é um pequeno segmento de um vídeo de 8 de novembro de 2019. Trump não falava de nenhuma fraude eleitoral, mas das investigações contra si que considerava serem falsas. “Acredito que, à luz do que está a ocorrer, e sabem ao que me refiro: as fake news, os ‘Comeys’ do mundo [ndr: referindo-se James Comey, ex-diretor do FBI demitido pelo presidente dos EUA] e todas as coisas más que ocorreram… Chama-se ‘pantano’. E sabem o que aconteceu e o que fiz? Um grande favor. Apanhei o pantano. Apanhei-os a todos. Vamos ver o que acontece. Ninguém poderia ter feito mais. Apanhei toda essa corrupção que acontecia e ninguém mais o poderia ter feito”, é a declaração de Trump na totalidade, como se pode comprovar neste vídeo.
Avaliação do Polígrafo:
Falso
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3. O rumor:
Um mapa com os alegados resultados reais das eleições americanas propagou-se viralmente pelas redes sociais. De acordo com a imagem partilhada, Donald Trump teria conquistado a reeleição com 311 votos eleitorais, contra apenas 227 supostamente ganhos por Joe Biden.
A verdade:
O mapa em questão foi feito na plataforma 270toWin, um site que permite criar uma previsão do resultado eleitoral norte-americano. O autor do mapa dava a vitória a Trump em estados como Nevada, Arizona, Wisconsin, Michigan ou Pensilvânia, o que não se veio a verificar. O logótipo da plataforma aparece junto ao mapa, demonstrando desde logo não se tratar de um documento oficial.
Avaliação do Polígrafo:
Pimenta na Língua
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4. O rumor:
“Isto é ilegal, é necessária uma recontagem”, exige-se numa mensagem a circular nas redes sociais e na qual se dissemina um vídeo que comprova a suposta manipulação de uma urna eleitoral em Flint, no estado do Michigan. De acordo com o divulgado, sempre que um eleitor exercia o seu direito de voto e abandonava a sala, uma pessoa da mesa adicionava um voto fraudulento à urna.
A verdade:
Através da técnica de pesquisa inversa foi possível encontrar o vídeo no Youtube com data de 18 de março de 2018. No título do vídeo explica-se que se trata de uma mesa eleitoral em Lyubertsy, cidade na periferia de Moscovo, na Rússia, durante as eleições que tiveram lugar no mesmo dia em que o vídeo foi publicado. Na urna também é possível ver o brasão russo. De acordo com o jornal online espanhol “elDiario.es“, “a diretora da Comissão Eleitoral de Moscovo disse que todos os votos foram declarados nulos”.
Avaliação do Polígrafo:
Pimenta na Língua
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5. O rumor:
Está a ser igualmente partilhado nas redes sociais um outro vídeo que, garante-se, prova um suposto ato de fraude eleitoral no condado de Delaware, na Pensilvânia. A trabalhadora aparece a marcar vários boletins de voto durante a contagem das eleições norte-americanas.
A verdade:
Não há provas de que se trate de fraude eleitoral. O departamento de relações públicas do condado de Delaware disse à plataforma espanhola de verificação de factos “Maldita.es“ que estão a circular vídeos “manipulados” alegando mostrar funcionários “a preencher boletins em branco de forma fraudulenta”, mas que estes “estavam a marcar votos danificados”. De acordo com a mesma fonte, o processo foi supervisionado por “observadores independentes” e faz parte do Código Eleitoral da Pensilvânia.
Avaliação do Polígrafo:
Falso
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6. O rumor:
“Este é William Bradley. Foi sortudo o suficiente para votar na eleição de 2020”, escreve-se numa publicação no Twitter, na qual se garante que este cidadão votou no condado de Wayne, no Michigan, apesar de ter morrido em 1984.
A verdade:
Ao “Politifact“, o Departamento de Eleições de Detroit esclareceu que “nunca solicitou, recebeu ou contou nenhum voto do senhor Bradley, de 118 anos”. O que aconteceu foi que o filho de William Bradley, que tem o mesmo nome e vive na mesma casa, teve o seu voto registado erradamente como se fosse o do falecido pai.
Avaliação do Polígrafo:
Falso
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7. O rumor:
Uma tabela a circular nas redes sociais pretende comprovar que a participação em vários estados nas eleições teria superado os 100%, baseando-se esta percentagem no número de votos projetados e no número de votantes registados em cada um desses locais.
A verdade:
Uma das fontes da tabela é o site World Population Review, mas os dados do site diferem dos apresentados na tabela e, consequentemente, em nenhum estado se ultrapassou os 100% de participação eleitoral. Os números de pessoas registadas em Nevada, Pensilvânia, Minnesota, Carolina do Norte, Wisconsin, Michigan, Arizona e Georgia foram manipulados de forma a serem mais baixos do que os reais.
Avaliação do Polígrafo:
Pimenta na Língua