1.
O rumor:
Um vídeo lançado no youtube , visto por mais de 3 milhões de pessoas, garantia que Ayrton Senna não morrera na sequência de um acidente – na verdade, o ex-piloto teria sucumbido na sequência de um tiro certeiro na cabeça! Será que isso é verdade?
O vídeo – intitulado “Ayrton Senna, Acidente ou Execução?” – tem pouco mais de oito minutos de duração e mostra ao detalhe os segundos em que Senna bate de frente contra um muro na curva Tamburello, no autódromo de Imola, na Itália.
A verdade:
Esta não foi a primeira teoria da conspiração sobre a morte do desportista brasileiro. Já em Setembro de 2014 circulara outra, que garantia que Senna teria desmaiado e que teria sido por isso que perdeu o controlo do seu Fórmula 1.
Outra teoria garantia que o ex-piloto não travou antes da colisão. Outra falsidade. Dados oficiais provam que Senna acabara de reduzir a velocidade de pouco mais de 300km/h para 216km/h.
A tese do tiro é a mais rebuscada. Acertar no capacete de um piloto a uma velocidade superior a 300 km/h é virtualmente impossível. A verdade pura e dura é que Senna morreu com o impacto a 208 km/h, que lhe provocou ferimentos fatais na base do crânio, bem como um esmagamento do cérebro uma ruptura da artéria temporal.
2.
O rumor:
Um vídeo que foi colocado a circular nas redes sociais aquando da campanha presidencial brasileira assinalava o fim da campanha de Bolsonaro. Como música de fundo, tinha o “Tema da Vitória”, que era o tema utilizado nas comemorações de corridas ganhas por Ayrton Senna.
Logo a abrir o vídeo, é dito que a utilização da música foi validada pela irmã do ex-piloto, Vivianne Senna. Objetivo: dar a entender que a família de um dos maiores ícones populares brasileiros seria apoiante de Bolsonaro.
A verdade:
A Agência Lupa analisou caso e constatou que a família Senna nunca autorizou a utilização da música em causa – e mesmo que quisesse fazê-lo, não poderia, uma vez que, como sublinhou publicamente o próprio Instituto Ayrton Senna, que gere o seu legado, os direitos sobre a música não lhe pertencem.
Além disso, a realidade é que o vídeo não constava de qualquer material promocional de Bolsonaro, não tendo sido utilizado pela campanha oficial do candidato. Tratou-se, portanto, de pura desinformação criada pelos seus apoiantes para influenciar a opinião pública.
3.
O rumor:
A Inglaterra decidiu homenagear Ayrton Senna estampando a sua face nas notas de 10 libras. A “notícia” foi posta a circular nas redes sociais em maio de 2018, pouco depois de se espalhar um falso alerta segundo o qual os bancos brasileiros teriam sido proibidos de aceitar notas com o carimbo “Lula Livre”. “Enquanto no Brasil cometem o crime de carimbar o rosto de um ladrão nas notas, os ingleses homenageiam o Senna em suas cédulas!”, dizia o texto, claramente da autoria de um apoiante do ex-Presidente brasileiro, atualmente a cumprir pena de prisão pela prática de corrupção.
A verdade:
De facto, Ayrton Senna já foi várias vezes homenageado em moedas nacionais. Segundo o Instituto Ayrton Senna, isso já sucedeu em sete ocasiões – mas nenhuma delas se refere à sua imagem impressa em libras.
O site de verificação de factos e-farsas analisou a imagem da nota que foi distribuída nas redes e concluiu que se trata de uma montagem ardilosamente concebida com fins propagandísticos.
A nota de que a publicação fala é, na realidade, uma homenagem a Charles Darwin (em cima), autor da teoria da evolução das espécies, e foi lançada no ano 2000. Se observarmos a nota ao detalhe, pode verificar-se que a imagem de Senna foi “colada” em cima da de Darwin. Uma colagem grosseira, uma vez que ainda é possível reconhecer um pouco da barba do britânico, bem como o “C” inicial do seu nome.