A pandemia de Covid-19 obrigou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a adiar para dezembro a final da Supertaça cujo nome homenageia um dos mais importantes nomes do futebol português: Cândido Fernandes Plácido Oliveira foi o primeiro capitão da selecção nacional, sagrou-se tetracampeão regional pelo Benfica e conquistou um bicampeonato pelo Sporting como treinador. Fundou o desportivo “A Bola” e foi deportado para o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, pela sua luta contra os regimes fascistas europeus de Hitler, Mussolini, Franco e Salazar.
No Estádio Municipal de Aveiro, a partir das 20h45 desta quarta-feira, FC Porto e SL Benfica são os protagonistas da 42º edição do troféu, que tem sido claramente dominado pela equipa de azul e branco. O regulamento determina que este seja disputado pelo campeão nacional e pelo vencedor da Taça de Portugal. Caso seja o mesmo clube, como acontece este ano, avança o finalista vencido.
FC Porto, o dominador
A primeira edição realizou em 1979 – ainda que de forma oficiosa, tal como a do ano seguinte – e o Boavista venceu o FC Porto, no Estádio das Antas, por 2-1. Perder este jogo não se tornou um mau agoiro para o clube: na verdade, o FCP é o grande dominador da história da competição ao somar mais títulos (21) do que todos os outros clubes juntos (20). Benfica e Sporting têm oito troféus cada, o Boavista venceu a final três vezes e o Vitória de Guimarães apenas uma.
A primeira edição realizou em 1979 – ainda que de forma oficiosa, tal como a do ano seguinte – e o Boavista venceu o FC Porto, no Estádio das Antas, por 2-1. Perder este jogo não se tornou um mau agoiro para o clube: na verdade, o FCP é o grande dominador da história da competição ao somar mais títulos (21) do que todos os outros clubes juntos (20). Benfica e Sporting têm oito troféus cada, o Boavista venceu a final três vezes e o Vitória de Guimarães apenas uma.
A equipa de azul e branco tem também o maior número de triunfos consecutivos, num total de cinco, entre 2008/2009 e 2012/13, tendo derrotado sucessivamente Paços de Ferreira (2-0, em 2009), Benfica (2-0, em 2010), Vitória de Guimarães (2-1, em 2011), Académica (1-0, em 2012) e, novamente, os vimaranenses (3-0 em 2013). Já nas últimas edições, o destaque tem sido do Benfica. Nas últimas seis finais, a equipa da Luz conquistou quatro, ganhando ao Rio Ave (3-2 nos penáltis, após 0-0, em 2012/13), Sporting de Braga (3-0 em 2015/16), 3-1 ao Vitória de Guimarães (2016/17) e 5-0 ao Sporting (2018/19).
Mas estes não são os únicos recordes do FC Porto nesta competição: a equipa de azul e branco é aquela que tem mais presenças (a desta quarta-feira será a 31.ª), jogos disputados (55.º a contar com o que se disputa em Aveiro), vitórias (26), golos marcados (68), empates (14) e golos sofridos (43).
Além disso, tem o jogador e o treinador com mais troféus: o antigo lateral direito João Pinto levantou o troféu oito vezes (sete delas perante o Benfica) e o técnico Artur Jorge celebrou três conquistas. O melhor marcador da competição é também ele do FCP. O avançado Domingos marcou seis golos em dez finais, tendo vencido seis.
De referir que, até 2000, a Supertaça se jogava a duas mãos e que em caso de empate havia lugar a uma finalíssima disputada em terreno neutro, situação que ocorreu seis vezes: 1984, 1991, 1993, 1994, 1995 e 2000.
O frente-a-frente
Os jogos entre FC Porto e SL Benfica são os mais comuns na competição. Mais uma vez, com vantagem para os do norte: em 11 finais disputadas entre estas duas equipas, o FCP saiu vencedor dez vezes.
Os jogos entre FC Porto e SL Benfica são os mais comuns na competição. Mais uma vez, com vantagem para os do norte: em 11 finais disputadas entre estas duas equipas, o FCP saiu vencedor dez vezes.
O primeiro duelo aconteceu na época 1980/81 e foi conquistado pela equipa das Antas, apesar da vitória do Benfica na primeira mão. Em 1982/83 e em 1983/1984, repetiu-se a conquista azul e branca, com a curiosidade de, no segundo caso, a Supertaça ter tido, pela primeira e única vez, quatro jogos.
Em 1984/1985, a única vitória da equipa da Luz, então treinada por John Mortimore, frente ao FC Porto. Após a partida decisiva, recorda a agência “Lusa”, o Diário de Lisboa escreveu “Bento: Aos 37 [anos] defendeu tudo”, elogiando a exibição de um dos mais importantes guarda-redes da história do clube da Luz.
Foi logo em 1985/1986, que o FCP voltou a bater o Benfica na final desta competição, feito que repetiu em 1990/91 e 1992/93. Em 1993/94, a vitória do FC Porto foi selada com o triunfo na finalíssima disputada em Paris, França (um jogo já disputado em 1995). A equipa azul e branca repetiu a presença no terceiro jogo novamente disputado na capital francesa, na temporada seguinte, mas perdeu frente ao Sporting por 3-0.
Os dois clubes voltaram a encontrar-se em 1995/96, edição em que o FC Porto alcançou a vitória mais expressiva na prova frente ao SL Benfica. Após um 1-0 nas Antas, seguiu-se uma goleada no estádio da Luz por 5-0, a 18 de setembro de 1996, com golos de Artur, Edmilson, Jorge Costa, Wetl e Drulovic. O atual treinador da equipa de azul e branco, Sérgio Conceição, jogou os 90 minutos.
Os dois clubes voltaram a encontrar-se em 1995/96, edição em que o FC Porto alcançou a vitória mais expressiva na prova frente ao SL Benfica. Após um 1-0 nas Antas, seguiu-se uma goleada no estádio da Luz por 5-0, a 18 de setembro de 1996, com golos de Artur, Edmilson, Jorge Costa, Wetl e Drulovic. O atual treinador da equipa de azul e branco, Sérgio Conceição, jogou os 90 minutos.
Depois de muitos confrontos nos anos 80 e 90 do século passado, FC Porto e Benfica apenas se defrontaram duas vezes na Supertaça nos últimos 20 anos, já com a prova a decidir-se em apenas uma partida. Em 2004/05, Ricardo Quaresma deu o triunfo à equipa do Norte. A 7 de agosto de 2010, foram Rolando e Falcao os autores dos golos que permitiram ao FC Porto conquistar mais uma Supertaça.
Na partida desta quarta-feira, FC Porto e SL Benfica serão liderados por Sérgio Conceição e Jorge Jesus, dois treinadores que já trabalharam juntos embora com outros papéis. Em 1995/96, na estreia do Felgueiras na I Divisão, Jesus treinou o então jovem extremo-direito de 20 anos.
O atual técnico do Benfica disputa a sua terceira final, tendo conquistado duas, em 2014 e 2015, uma ao serviço da equipa da Luz e outro pelo Sporting. A derrota, em 2010, aconteceu frente ao FC Porto de André Villas-Boas. Já Sérgio Conceição venceu em 2018, depois de derrotar o Desp. Aves, a única final disputada até esta quarta-feira.
A Supertaça Cândido Oliveira já se disputou em Vila do Conde, Setúbal, Guimarães, Coimbra e Leiria e Algarve. Aveiro recebe o jogo decisivo pela 10.ª vez nos últimos 12 anos.