Não se conhecer o resultado das eleições num Estado durante a noite eleitoral é sinónimo de fraude?
Um utilizador de Threads, numa publicação feita a 22 de outubro, disse que os Estados do Michigan, Geórgia e Pensilvânia, tinham já “anunciado que não vão ter os resultados eleitorais disponíveis na noite eleitoral”, o que será, alega, sinal de fraude eleitoral. “Última hora. A fraude começou”, alerta-se na mesma publicação.
No entanto, tal como verificou o “Politifact” a 25 de outubro, o facto de os resultados eleitorais poderem ser conhecidos depois da noite eleitoral não é sinónimo de fraude. Em comunicado, o Departamento do Estado da Pensilvânia confirmou ao jornal que “nunca teve resultados finais numa noite eleitoral”, independentemente das projecções de órgãos de comunicação. Em 2020, por exemplo, os resultados da Pensilvânia só foram conhecidos no sábado, apesar de a noite eleitoral ter sido a uma terça-feira.
Avaliação do Polígrafo: Falso
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Vídeo que mostra funcionário a rasgar boletins de voto na Pensilvânia é verdadeiro?
Várias publicações feitas no X (antigo Twitter) no final de outubro indicavam que no Condado de Bucks, na Pensilvânia, um funcionário estaria a destruir boletins de voto por correspondência caso estes fossem votos em Donald Trump. Algumas incluíam um vídeo que mostrava alguém a abrir envelopes e a rasgar os votos no antigo Presidente norte-americano. De acordo com o “Politifact”, porém, estas não são verdadeiras.
O Conselho Eleitoral do Condado de Bucks emitiu, inclusivamente, um comunicado bipartidário a confirmar que o “vídeo é falso” e que “o envelope e os materiais mostrados neste vídeo não são materiais autênticos que pertencem ou são distribuídos” por esta entidade.
Avaliação do Polígrafo: Pimenta na Língua
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FBI deteve grupos que tentaram cometer fraude eleitoral?
Uma conta de X – que segundo o “Politifact” já foi suspensa – divulgou um vídeo no qual se alegava que o FBI tinha detido três grupos que tentavam cometer fraude eleitoral com votos antecipados. No vídeo dizia-se que tinham sido utilizados “nomes de cidadãos americanos falecidos recentemente ou de americanos com mais de 90 anos para falsificação eleitoral”.
Como verificou o “Politifact”, o vídeo é falso. O próprio FBI confirmou, num comunicado publicado a 2 de novembro, ter conhecimento da divulgação dos vídeos que “alegam falsamente ser do FBI, relacionados com segurança eleitoral”. “Estes vídeos não são autênticos, não são do FBI, e o conteúdo que mostram é falso”, lê-se no comunicado disponível para consulta no X.
Avaliação do Polígrafo: Pimenta na Língua
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Vídeo com suposto ex-aluno de Tim Walz a acusá-lo de crimes sexuais é verdadeiro?
Começou a circular nas redes sociais, no final de outubro, uma publicação que alegava que o candidato à vice-Presidência dos Estados Unidos, Tim Walz, tinha agredido sexualmente um ex-aluno. A publicação incluía um vídeo onde a suposta vítima se afirmava como “sobrevivente de abuso sexual” e relatava um episódio referente aos crimes de que teria sido alvo.
O vídeo, porém, tratar-se-á de uma deep fake. O Polígrafo verificou a veracidade do vídeo com recurso à ferramenta “True Media”, que indicou haver “evidências substanciais de manipulação”. O áudio terá sido gerado com recurso a ferramentas de Inteligência Artificial (IA). Ainda que o nome do suposto aluno, Matthew Metro, seja o de um homem que foi, de facto, aluno de Walz, este não é o sujeito do vídeo. O jornal “Washington Post” contactou o verdadeiro Matthew Metro que negou as alegações e disse nunca ter tido uma interação do género com Tim Walz.
Avaliação do Polígrafo: Manipulado
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Imagem que mostra Kamala Harris com P.Diddy numa festa é autêntica?
Numa altura em que P. Diddy é acusado de vários crimes, entre os quais agressão física e tráfico sexual, surgiu nas redes sociais uma fotografia que, aparentemente, mostra o rapper ao lado da candidata democrata à presidência dos Estados Unidos da América, Kamala Harris. Em algumas publicações alega-se ainda que a “equipa de Harris” terá gasto mais de cinco milhões de dólares para eliminar as imagens “dela com Sean ‘P.Diddy Combs”.
Porém, como verificou o Polígrafo a 25 de outubro, a imagem foi manipulada. A original, de 14 de dezembro de 2019, que está no catálogo da Getty Images, mostra P.Diddy ao lado de Misa Hylton, ex-namorada do rapper e mãe do seu filho.
Avaliação do Polígrafo: Manipulado
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Trump nunca mencionou ou “sequer pensou” em acabar com o “Obamacare”?
O ex-Presidente dos Estados Unidos da América criticou Kamala Harris, numa publicação feita no X a 31 de outubro, por esta o ter acusado, numa conferência de imprensa, de “querer acabar com a Affordable Care Act [normalmente conhecida por Obamacare]”. “Nunca mencionei fazer isso, nunca sequer pensei numa coisa dessas”, afirmou Trump na mesma publicação.
Tal não é verdade, como comprovou o “Politifact”. O ex-Presidente disse-o durante o período de campanha eleitoral, em 2016, antes de ser eleito. Em 2017, voltou a afirmá-lo numa conferência de imprensa na Casa Branca, como escreveu a Lusa. “É claro que este é o fim [do Obamacare], está morto”, afirmou o então Presidente norte-americano aos jornalistas.
Avaliação do Polígrafo: Pimenta na Língua
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Vídeo mostra Kamala Harris bêbeda num evento em 2022?
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra, alegadamente, a candidata democrata Kamala Harris embriagada num evento que aconteceu em novembro de 2022 em Manila, nas Filipinas.
Na verdade, o vídeo foi manipulado, como confirmou o Polígrafo a 28 de outubro, tendo sido tornado mais lento para induzir a ideia de que Kamala Harris estaria embriagada durante o seu discurso. O discurso aconteceu, sim, como se pode verificar aos 16 minutos e 49 segundos deste vídeo no Youtube, mas a um ritmo inalterado.
Avaliação do Polígrafo: Manipulado
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Grupo pró-Trump fez-se passar por grupo de apoio a Kamala?
À primeira vista, os anúncios da página Progress 2028 parecem ser de uma campanha de apoio à candidata democrata, Kamala Harris. Porém, de acordo com o “Politifact”, tal não é verdade. Trata-se de um grupo conservador que, apesar de fingir ser pró-Harris, divulga desinformação na forma de supostas políticas que, atualmente, a democrata não defende.
O site do Progress 2028 elenca vários exemplos que vão da proibição do “fracking” [fraturação hidráulica] – que se trata de um método de extração de combustíveis do subsolo – à “expansão” do acesso a serviços de saúde básicos a “imigrantes sem documentos”.
De acordo com a organização apartidária e sem fins lucrativos OpenSecrets, mencionada pelo jornal norte-americano, os anúncios ainda ativos no Facebook e Instagram são responsabilidade do grupo conservador Building America’s Future, que terá investido pelo menos 350 mil dólares nos mesmos.
Avaliação do Polígrafo: Verdadeiro
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Trump deixou a presidência dos EUA com a pior taxa de desemprego desde a Grande Depressão?
Recuando a setembro, durante o frente-a-frente com Donald Trump, a candidata democrata, Kamala Harris, afirmou que o ex-Presidente tinha deixado os EUA com a maior taxa de desemprego desde a Grande Depressão.
Ainda que em abril de 2020 – durante a presidência de Trump – a taxa de desemprego no país tenha atingido um recorde de 14,8% desde o período da Grande Depressão, em dezembro de 2020, um mês antes de Biden tomar posse, este valor já tinha descido para menos de metade: 6,4%.
Avaliação do Polígrafo: Falso
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