Camas antissexo nos JO por causa da pandemia
O imperativo ecológico da organização da XXXII Olimpíada foi aproveitado para criar algumas das fake news mais partilhadas nas redes sociais. A organização de Tóquio 2020 impôs-se o objetivo daqueles serem os JO mais sustentáveis da história do ponto de vista ambiental. Perseguindo essa meta, decidiu instalar na Vila Olímpica camas feitas em cartão, menos “agressoras” do ponto de vista da matéria-prima utilizada e recicláveis.
Como devido à pandemia de Covid-19 (menos intensa, mas ainda existente no verão de 2021) o comité organizador dos JO recomendou aos atletas que evitassem contactos íntimos naquele período e espaço temporal, esta opção por camas menos pesadas foi interpretada no sentido de ser um obstáculo às relações sexuais, daí o epíteto de “camas antissexo”.
Mas, na verdade, nada tem a ver com a tentativa de impor restrições dessa natureza. Aliás, um responsável da empresa que fabricou as camas (Airweave), garantiu, em janeiro desse ano, que estas suportavam até 200 quilos.
Todo este episódio gerou até uma brincadeira do ginasta irlandês Rhys McClenaghan, que fez um vídeo a dar saltos numa dessas camas referindo que afinal não eram antissexo e que se tratava de uma fake news. O Comité Olímpico Internacional (COI) alinhou no registo humorístico e republicou o tweet com este comentário: “Obrigado por desmascarar o mito. As camas sustentáveis de papelão são resistentes”.
O Comité Organizador esclareceu também, noutras ocasiões, o que o guiava quando escolheu as camas em cartão. Ainda assim, durante semanas foi veiculada nas redes sociais a informação de que naquela edição dos JO as camas instaladas nos quartos da Vila Olímpica tinham como propósito serem “antissexo”.
O tipo de camas em causa foi também escolhido para a Vila Olímpica de Paris, nos JO deste ano.
Judoca saudita foi morta depois de perder com israelita
O sorteio da competição feminina de judo (+78 Kg) reservou para 30 de julho um combate que, à sua volta, teve um ambiente de muito maior antagonismo do que o de uma competição desportiva, devido à animosidade histórica que marca a relação do mundo árabe com Israel: Raz Hershko (Israel) vs. Tahani Alqahtani (Arábia Saudita).
A vitória caiu para o lado israelita e as judocas até se cumprimentaram no fim (o que é assinalável, pois a Árabia Saudita é um dos países que não reconhece o Estado de Israel). Além das críticas prévias por não ter recusado ir ao combate (ao contrário do que sucedeu com outros atletas em circunstâncias idênticas), nos dias seguintes ao confronto várias contas nas redes sociais veicularam a informação de que a judoca saudita tinha desaparecido e, depois, morrido. Para tal, foi até forjada uma notícia do site noticioso Saudi Sabq.
A falsidade foi desmentida, no então Twitter, pelo próprio jornalista e editor-adjunto (Abdullah Al-Barqawi) do órgão de informação a quem tinha sido atribuída a pretensa notícia. Alqahtani continua a praticar judo e é a atual 97.ª do ranking mundial na sua categoria.
Atleta indiana diz que medalha foi dada pelo primeiro-ministro
A conquista da medalha de prata para a Índia pela halterofilista Mirabai Chanu (categoria 49 Kg) originou uma cerimónia oficial de felicitações endereçadas pelo Governo do país. Mais tarde, as imagens do evento foram partilhadas nas redes sociais, e nelas via-se uma tarja com esta inscrição: “Obrigado, Sr. Modi, por dar uma medalha a Mirabai Chanu.”
Porém, ao comparar com as imagens originais, disponíveis no site do Governo indiano, percebe-se que se trata de uma montagem. Existe um banner em fundo, de facto, e este contém a imagem do primeiro-ministro indiano (Narenda Modi), mas o seu verdadeiro texto não faz qualquer alusão a uma medalha dada por aquele responsável político à atleta olímpica.