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Partiu um copo, um espelho ou um prato? Não o coloque no vidrão

Este artigo tem mais de um ano
Nem tudo o que é vidro pode ser colocado no ecoponto verde. É o caso dos copos, dos espelhos e dos pratos partidos que, embora possam conter vidro, não têm lugar no vidrão. Em causa está o material de que estes produtos são feitos.

Quando um espelho, um copo ou um prato se partem, o primeiro impulso é apanhar os cacos. Logo a seguir, a intuição pode dizer-lhe para depositar o que resta deles no ecoponto verde. No entanto, o instinto nem sempre é amigo dos hábitos ecológicos, já que o lugar destes objetos não é no vidrão, mas sim no lixo comum ou indiferenciado.

Segundo a informação divulgada na página da entidade gestora de resíduos de embalagem Sociedade Ponto Verde, “a composição do vidro de embalagem não é a mesma de outros tipos de vidro (copos, espelhos, pirex, entre outros) e, por esse motivo, não fundem à mesma temperatura”.

Por isso, se os copos de vidro forem colocados no ecoponto “podem dar origem a objectos de vidro com defeito de fabrico e inviabilizar todo um lote de vidro reciclado”. Pelo mesmo motivo, os pratos e outros objetos de cerâmica, “embora possam ter um revestimento vidrado”, também devem seguir para o “lixo comum”, tal como se explica no site recicla.pt, um projeto educativo da Sociedade Ponto Verde.

No mesmo sentido, a Lipor – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto expõe no seu site a seguinte lista de objetos que não podem entrar no ecoponto verde: “pratos; janelas, vidraças e espelhos; jarras; materiais de construção civil; lâmpadas; cristal; copos e chávenas”.

E, por outro lado, o que pode entrar no vidrão? Todas as embalagens de vidro como “garrafas, frascos, boiões” e até frascos de perfume, desde que estejam vazios.

Numa secção dedicada a esclarecer dúvidas sobre reciclagem, a Sociedade Ponto Verde adianta que “o único ecoponto onde podem ser colocados objetos que não sejam embalagens, é o ecoponto azul onde podem ser colocados papel de escrita, envelopes, revistas e jornais”.

“Nos outros ecopontos (amarelo e verde) só devem ser colocadas embalagens pois estas têm materiais relativamente uniformes, o que não acontece com outros objetos”, conclui.

Noutro plano, à semelhança do que o Polígrafo já verificou no que diz respeito ao plástico, a Lipor lembra que “não é necessário” lavar as embalagens de vidro antes de as colocar no ecoponto, pois ao fazê-lo “estará, por um lado, a gastar água, recurso muito precioso e, por outro lado, a perder tempo e dinheiro, já que as embalagens irão sofrer entre outros processos, um processo de lavagem ao chegarem à indústria recicladora”.

Assim sendo, “basta reduzir ao máximo o produto que ela conteve para que não contamine as outras embalagens e, também, para evitar os maus cheiros enquanto as embalagens estão armazenadas em casa”.

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EMIFUND

Este artigo foi desenvolvido no âmbito do European Media and Information Fund, uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e do European University Institute.

The sole responsibility for any content supported by the European Media and Information Fund lies with the author(s) and it may not necessarily reflect the positions of the EMIF and the Fund Partners, the Calouste Gulbenkian Foundation and the European University Institute.

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