1. As alterações climáticas são causadas pelo Homem e existe um consenso científico a este respeito
Nas últimas décadas, organismos internacionais como as Nações Unidas, a NASA, centros de investigação e universidades de todo o mundo estudaram o impacto do homem no clima e no ambiente do planeta, encontrando várias provas científicas da sua influência.
Esta investigação é conduzida através do método científico, isto é, um processo que os investigadores seguem para explicar fenómenos, estabelecer relações entre fatos e enunciar leis para explicar esses acontecimentos.
Avaliação do Polígrafo: Verdadeiro.
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2. A temperatura do planeta não aumentou
Os dados da NASA mostram que, se usarmos como referência a média das temperaturas da superfície da Terra entre 1951 e 1980, a temperatura aumentou de 1999 a 2014. De facto, desde 2001 ocorreram 18 dos 19 anos mais quentes.

Avaliação do Polígrafo: Falso.
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3. Há cada vez menos fenómenos climáticos extremos
De acordo com o quinto relatório de síntese mais recente (2014) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), desde meados do século XX tem havido um aumento de precipitação intensa, secas no Mediterrâneo e na África Ocidental e dias e noites quentes. Para além disso, também se pode comprovar um aumento de ciclones mais intensos no Atlântico Norte.
O relatório anterior do IPCC (2007) já afirmava que “as estimativas da potencial destrutividade dos furacões mostram uma tendência substancial para a subida desde meados dos anos 1970, com uma tendência para uma duração mais longa da tempestade e uma maior intensidade”. Fernando Valladares, professor de investigação no Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) e na Universidade Rey Juan Carlos, esclarece à plataforma de fact-checking Maldita.esque, embora os ciclones tropicais tenham diminuído, “a sua intensidade aumentou”.
No caso de inundações, as “atmosferas mais quentes contêm mais água e isto leva a mais tempestades e a um maior risco de inundações”. Quanto às secas, apesar de ser difícil estabelecer uma frequência geral devido à sua variabilidade, um estudo publicado na revista “Nature” mostra que se consolidam mais rapidamente e são mais intensas.

Avaliação do Polígrafo: Falso.
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4. Os incêndios na Amazónia estão abaixo da média dos últimos 15 anos
A NASA publicou um artigo a 16 de agosto de 2019 onde declarava que a partir desse dia, “as observações de satélite indicaram que a atividade total de incêndios na Amazónia é ligeiramente inferior à média dos 15 anos anteriores”. No entanto, seis dias depois, a Nasa atualizou o artigo afirmou que a média de incêndios “tem estado próxima da média dos últimos 15 anos”.
Uns dias depois, a NASA publicou outro artigo onde aponta que “tem havido um aumento do número e da intensidade dos incêndios na Amazónia em 2019, tornando este o ano de incêndios mais ativo na região desde 2010”. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil, a área ardida na Amazónia e também o número de focos de incêndio detetados por satélite são os mais elevados desde 2010.
Avaliação do Polígrafo: Falso.
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5. O gasóleo polui mais do que a gasolina e contribui mais para o aquecimento global
De acordo com um relatórioda Federação Europeia para o Transporte e o Ambiente (T&E), mesmo que a quantidade total de emissões de ambos os tipos de veículos tenha sido reduzida nos últimos anos, numa base de ciclo de vida total, um automóvel a diesel contribui mais para as alterações climáticas do que um automóvel a gasolina.
Um documento do Conselho Internacional de Transportes Limpos (ICCT) afirma que as viaturas a gasolina emitem mais por quilómetro percorrido. Isto não é uma contradição: a medição das emissões de todo o ciclo de vida tem em conta mais fatores do que as emissões por quilómetro.
Em termos de qualidade do ar, os automóveis a gasóleo emitem muito mais óxidos de azoto. Ainda assim, os veículos a diesel bem conservados produzem atualmente níveis de partículas semelhantes ou mesmo inferiores aos dos veículos a gasolina.
Avaliação do Polígrafo: Verdadeiro.
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6. Não há desflorestação no planeta e a área florestal está a aumentar
Um artigo publicado na revista científica “Nature”, em agosto de 2018, indica que a área florestal aumentou 7,1% e que o solo descoberto a nível mundial diminuiu 1,16 milhões de quilómetros quadrados (3,1%) no período entre 1982 e 2016. No entanto, Lluís Brotons, investigador do CSIC no Centro de Investigação Ecológica e Aplicações Florestais explicou à Maldita.es que “o artigo também diz que não é o mesmo recuperar florestas secundárias em zonas temperadas que perder florestas tropicais, em geral, com muito mais carbono acumulado por hectare”.
Nesse sentido, Matt Warren, um ecologista do “Earth Innovation Institute” (EUA), aponta que o artigo da “Nature” se refere à perda ou ganho de cobertura de árvores, em geral, quando não é a mesma coisa perder uma floresta ou outra. “Não podemos equiparar florestas tropicais a florestas de montanha em outras regiões e, além disso, as florestas existentes estão cada vez mais fragmentadas e degradadas”, explicou à Maldita.es. Um artigo científico publicado na revista científica “Science” concluiu que, entre 2002 e 2012, a cobertura florestal global diminuiu em 1,5 milhões de quilómetros quadrados.
Avaliação do Polígrafo: Falso.
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7. O amianto é útil no combate às alterações climáticas
Não se sabe se o amianto poderia ajudar na luta contra as alterações climáticas devido à sua capacidade de capturar dióxido de carbono, mas até agora ainda não foi provado que o faça. Os processos para tornar isto possível ainda estão a ser estudados.
Lluís Mallart, um especialista em amianto, explica à Maldita.es que pode ser perigoso utilizar esta substância para este fim e mesmo que o processo corra bem, “são precisos muitos anos para chegar à fixação de carbono necessária, então não seria uma solução viável para a atual emergência ecológica”.
Avaliação do Polígrafo: Falso.
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Este artigo foi desenvolvido no âmbito do European Media and Information Fund, uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e do European University Institute.
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