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Vem aí mais uma onda de calor. Quais os efeitos na saúde e os cuidados a adotar?

Este artigo tem mais de um ano
Portugal deverá viver nos próximos dias a terceira onda de calor deste ano, avisa o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Miguel Miranda. Mas quais os efeitos das temperaturas na saúde da população? E que cuidados devem ser adotados?

“Vamos passar por uma terceira onda de calor provavelmente dentro de dias.” É este o alerta lançado esta terça-feira pelo presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Miguel Miranda, depois de uma reunião com os ministros da Administração Interna e da Agricultura. Assim, com o aumento significativo das temperaturas a partir de sábado e numa altura em que – segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) – “a exposição da população ao calor está a aumentar devido às mudanças climáticas”, importa perceber quais os efeitos destas ondas de calor na saúde e o que pode ser feito para os prevenir ou minimizar.

Exposição ao calor pode provocar “desmaios”, “fraqueza” e até “levar à morte”

Em primeiro lugar, a OMS sublinha que “a exposição ao calor causa sintomas graves”, nomeadamente “insolação”, uma condição que causa “desmaios, bem como pele seca e quente, devido à incapacidade do corpo de controlar as altas temperaturas”.

No mesmo plano, a organização refere outros efeitos como  “inchaço nos membros inferiores, erupção cutânea no pescoço, cólicas, dor de cabeça, irritabilidade, letargia e fraqueza”. Além disso, lembra a OMS, “o calor pode causar desidratação grave, acidentes cerebrovasculares agudos e contribuir para a trombogénese (coágulos sanguíneos)”.

Nesse sentido, numa página do seu site dedicada às ondas de calor, a Direção-Geral da Saúde (DGS) lembra que as ondas de calor podem conduzir também “ao agravamento de doenças crónicas, a um esgotamento ou a um golpe de calor, situação muito grave e que pode provocar danos irreversíveis na saúde, ou inclusive levar à morte”.

A DGS salienta que há grupos de pessoas mais vulneráveis ao calor, nomeadamente “crianças nos primeiros anos de vida”, “pessoas idosas” e “portadores de doenças crónicas”.

Os conselhos da DGS: beber água, escolher ambientes frescos e proteger crianças e idosos

Pouco depois de o IPMA anunciar a previsão de uma onda de calor para os próximos dias, a DGS publicou um conjunto de recomendações sobre os cuidados a adotar perante as elevadas temperaturas.

Antes de mais, os primeiros conselhos da Direção-Geral da Saúde são “procurar ambientes frescos e arejados ou climatizados” e “aumentar a ingestão de água ou de sumos de fruta natural sem açúcar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas”.

Depois, a DGS recomenda também que se evite “a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11h00 e as 17h00” e que se utilize “protetor solar com fator igual ou superior a 30, renovando a sua aplicação de duas em duas horas e após os banhos na praia ou piscina”.

Para mais, deve utilizar-se “roupa solta, opaca e que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta”. Já as “atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente desportivas e de lazer no exterior”, devem ser evitadas.

Quanto às viagens de carro, é importante que sejam feitas em “horas de menor calor” e não se deve “permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol”.

Noutro plano, é necessária “especial atenção” para grupos mais vulneráveis ao calor, “tais como crianças, idosos, doentes crónicos, grávidas”, entre outros.

No caso dos doentes crónicos ou sujeitos a medicação e/ou dietas específicas, estes “devem seguir as recomendações do médico assistente ou do centro de contacto SNS 24 (808 24 24 24)”.

No que diz respeito às crianças e aos idosos, é fundamental assegurar a sua hidratação e garantir que permanecem “em ambiente fresco e arejado”. As crianças com menos de 6 meses “não devem estar sujeitas a exposição solar, direta ou indireta”.

Por fim, a DGS recomenda outros cuidados especiais como “moderar a atividade física, evitar a exposição direta ou indireta ao sol e garantir ingestão frequente de líquidos”.

 

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EMIFUND

Este artigo foi desenvolvido no âmbito do European Media and Information Fund, uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e do European University Institute.

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